O MEL DO ROCK

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segunda-feira, 13 de junho de 2011

BLACK SABBATH - HEADLESS CROSS (1989)

Após as clássicas eras Ozzy e Dio, o Black Sabbath deixou de ser uma banda para se transformar definitivamente no projeto de Tony Iommi. Obrigações contratuais fizeram com que o nome fosse mantido, mas demorou a uma formação se estabelecer ao lado do guitarrista. Mas isso acabou acontecendo em Headless Cross, décimo – quarto trabalho de estúdio do grupo. Após a estréia em The Eternal Idol, Tony Martin se estabelecia definitivamente como o titular do microfone, tendo pela primeira vez um disco composto para sua voz, já que no anterior, assumiu a função no meio do caminho, em substituição ao saudoso Ray Gillen.

Outro grande reforço trazido pelo bigode mais conhecido do mundo do Rock foi o exímio baterista Cozy Powell, eterno participante dos conjuntos da ‘família Deep Purple’. Aliás, o espancador de peles não apenas participaria em sua tradicional ocupação como dividiria a produção do álbum com o chefão. Apenas o baixista levou mais tempo para ser definido, com Laurence Cottle sendo responsável pelo trabalho em estúdio, com Neil Murray realizando a turnê. Aliás, basta uma rápida investigada para constatar por quantas bandas essa dupla (Powell/Murray) passou junto. Nos teclados, Geoff Nicholls se mantinha firme e forte, quase chegando a uma década na função, algo raro para a época em que o dono da bola trocava de músicos como quem troca de roupa.

Headless Cross ficou marcado por resgatar o Sabbath ao seu melhor no contexto lírico, explorando o ocultismo como nos velhos tempos. Musicalmente, claro que estávamos falando de outra banda, com características bem próprias, fugindo dos padrões de seus lendários tempos. Tony Martin se aproveitou do momento e impôs toda a categoria vocal, o que se refletiu posteriormente nos palcos, já que sua contestada performance atingiu o auge durante a excursão que promovia esse álbum. Segurança essa atestada pelo primeiro álbum a ser aclamado por público e crítica em muito tempo, reconhecido até pelos mais radicais entre os puristas.

Desde a intro “The Gates of Hell”, passando pela imortal faixa-título, temos um já clássico exemplar do estilo. Na sequência a incrível “Devil and Daughter” conquista desde a primeira escutada, especialmente por Martin em um de seus grandes desemenhos em toda a carreira. Dos mesmos elogios é digna a sombria “When Death Calls”, que traz um solo de ninguém menos que o glorioso Brian May, nas palavras do próprio Iommi, seu melhor amigo não apenas musicalmente – ou como diria aquele famoso apresentador, tanto no profissional quanto no pessoal. Relação tão boa que fez com que ele fosse o único guitarrista a participar como convidado especial de um disco do Sabbath até hoje.

A segunda parte mantém o alto nível, iniciando com a fantástica “Kill In the Spirit World” e suas variações. “Call Of the Wild” originalmente se chamaria “Hero”. Mas Ozzy foi mais rápido e lançou uma música com o mesmo nome em No Rest For the Wicked. Para evitar confusão, Iommi alterou o nome da sua. Independente disso, essa aqui dá um pau na do Madman e isso é o que interessa. A pegada Hard de “Black Moon” e a lúgubre “Nightwing” encerram o tracklist normal. Para fechar de vez, o Heavy/Blues de “Cloak & Dagger”, bônus para a edição japonesa que não merecia ter ficado de fora da versão normal, vide o espetacular solo de guitarra, acompanhado por uma pegada fulminante da cozinha.

As vendas alcançaram números satisfatórios na Europa, enquanto nos Estados Unidos ficaram longe do ideal, alcançando um modesto 115º lugar na parada da Billboard, o que levou até mesmo ao abreviamente da turnê anteriormente planejada. Mas esse fracasso comercial na terra de Obama não apaga o brilhantismo do melhor momento do Black Sabbath pós-fase heróica. Excelente pedida para quem ainda não conhece os plays da banda além daqueles trabalhos obrigatórios, embora essa classificação possa se adequar sem contestações maiores a esse aqui também.

Tony Martin (vocals)
Tony Iommi (guitars)
Laurence Cottle (bass)
Cozy Powell (drums)
Geoff Nicholls (keyboards)

Special Guest
Brian May (guitar solo on 4)

01. The Gates of Hell
02. Headless Cross
03. Devil and Daughter
04. When Death Calls
05. Kill In the Spirit World
06. Call Of the Wild
07. Black Moon
08. Nightwing
09. Cloak & Dagger

BLACK SABBATH HEADLESS CROSS(VÍDEIO)

Um comentário:

  1. Alguém ja ouviu falar de uma outra versão do redless cross? ouvi falar q esiste...

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