O dia 11/11/11 foi coberto por um mistério que se revelava com quase 2 ou 3 meses de antecedência. Dedurado pelo filho de Ozzy, Jack, a boa notícia de que o Black Sabbath voltaria a se reunir em estúdio colocou o mundo metal de boca aberta e especialmente ansioso por um momento histórico do rock. No dia 11, o quarteto anunciou ao mundo o retorno de sua formação para turnê e disco novo.
Acho que algumas reuniões são pautas de publicações musicais. Reunião do Sabbath, do Guns, do Van Halen, enfim, na falta de assunto mais pertinente e interessante, reunião é a fuga para alimentar esperanças de fãs de todo o tipo ao redor do planeta.
Particularmente não era a favor desta reunião por conta da história que especialmente esta formação tem. São oito discos clássicos (talvez Never Say Die não) e que de forma emblemática batizaram um estilo, influenciaram gerações e gerações no mundo do rock e reunia quatro grandes figuras do metal, que funcionavam MUITO bem em estúdio e em shows que ficaram na memória de quem teve a oportunidade de assistí-los.
A banda, a meu ver, não precisa provar nada para ninguém. Lançando material inédito, estará sujeita às resenhas maldosas e aguardando (como sempre) um novo Paranoid, um novo Master of Reality. Todos sabemos que é assim que funciona e, se não rolar a famosa química, vão diminuir o trabalho de músicos que possuem outros trabalhos dignos em sua carreira; o próprio Ozzy e Tony Iommi.
Por outro lado, seria AGRADABILÍSSIMO ter a oportunidade que poucos vivenciaram, especialmente no Brasil. Nenhum dos integrantes é mais garoto e as expectativas são sempre reduzidas quando pensamos que a Europa e os Estados Unidos estão à frente do roteiro da turnê do novo disco.
Daí, veio o primeiro baque: o anúncio sobre a doença de Iommi, que, não sejamos ingênuos, é cruel, devastadora e uma foice impecável, especialmente no mundo das estrelas. Com a saúde meia-boca de Ward (da qual pouco foi citada) e agora com Iommi em tratamento, ficávamos com um pé atrás da possibilidade da banda ser INTEGRAL nas suas forças para produção de um novo material e oxalá uma turnê.
… E quando você pensa que tudo está ruim, tudo pode piorar!
A carta de Bill Ward não concordando com os termos do contrato (seja lá que tratativas sejam estas) joga um balde de água fria nos fãs mais ardorosos da banda e arruína o que, em minha opinião, não funciona sob paliativos: a junção da formação original.
Vamos lá, em primeiro lugar: por que fazer um anúncio da grandeza e do porte que ele merece, se nem todos os assuntos estão resolvidos? Lembrem-se que em 2010, Ozzy Osbourne processou seu “amigo” Tony Iommi pelo uso do nome da banda. Pergunto aos senhores: isso de fato foi resolvido? Se existiam pendências ou posturas com as quais alguns dos membros já não concordavam em se reunir antes (porque esta não fora a primeira tentativa mediante tantos problemas burocráticos de ordem jurídica) por que este assunto não foi posto em dia?
E por isso, volto a dizer: questão financeira é uma pendência relevante? Ok, então que nem tocassem no assunto REUNIÃO. Porque, afinal de contas, todos sabemos que Ozzy é um dos que mais fatura com seus shows, eventos, programas e produtos, Tony sempre manteve uma carreira artística ativa e Geezer quase sempre o acompanhou. Já Ward, justamente pelos problemas de saúde, foi o que menos se manteve ativo. Ora, seria natural que, por circunstâncias que não sabemos mas desconfiamos, que Ward requeresse alguma pepeta como membro da formação original, peça importante no som característico do Sabbath.
O quarteto pode pagar o mico do ano, se já em fevereiro anunciar outro baterista para aquela que seria a reunião da formação original. E pior, levá-lo à estúdio, como se fosse mais um disco do Ozzy ou mesmo das tantas formações do Black Sabbath após a saída do próprio Madman, de Ward, de Dio e etc…
Seria interessante, antes de se pronunciar, que as conversas fossem retomadas nos bastidores e resolvidas, nem que fizesse com que o processo de gravação fosse mais demorado ou mesmo a turnê não se consolidasse.
No mínimo, patético.
Obs.: Peter Criss já se sujeitou em VÁRIAS situações no Kiss a ganhar créditos de discos que efetivamente não gravou. Não sei as atuais condições técnicas do músico inglês, mas será que eles iriam propor que apenas o nome de Ward figurasse no disco? Vamos aguardar.