O MEL DO ROCK

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

GEEZER BUTLER: "UM PRAZER E HONRA TOCAR COM O METALLICA"


As lendas do BLACK SABBATH, Geezer Butler e Ozzy Osbourne, se juntaram ao METALLICA  no palco na noite de sábado, 10 de dezembro para o quarto e último show no Fillmore, em San Francisco, como parte da celebração  do 30º aniversário do Metallica, realizada apenas para membros do fã clube. O baixista do Metallica, Robert Trujillo, retratou Geezer, Cliff Burton (falecido baixista do Metallica) e Jason Newsted (ex-baixista do Metallica) como "heróis", antes de executarem "Sabbra Cadabra" e "A National Acrobat" do Sabbath. Ozzy entrou no palco, fazendo os músicos iniciarem uma dobradinha com "Iron Man" e "Paranoid".

Nesta manhã de domingo, Geezer postou a seguinte mensagem em seu site oficial: "Tive o prazer e a honra de tocar 'Sabbra Cadabra'/'A National Acrobat', e depois 'Iron Man'/'Paranoid' (com Ozzy) ao lado do Metallica em seu 30º aniversário, no show na noite passada (sábado, 10 dezembro), em San Francisco, no Fillmore. Um grupo com ótimos caras, e claro, uma das maiores bandas do mundo. Eles deixaram seus fãs orgulhosos. O grande Cliff Burton, estava definitivamente lá conosco, e sorrindo..."

Dois vídeos da performance da noite deste sábado podem ser vistos abaixo:


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

MOTÖRHEAD COMEMORA 35 ANOS DE CARREIRA COM CAIXA RETROSPECTIVA


'Complete early years' trará os álbuns da banda gravados entre 1977 e 1984.
Box chegará ao mercado internacional em fevereiro do ano que vem.

A banda de heavy metal britânica Motörhead lançará em fevereiro de 2012 a caixa “Complete early years”, com toda a produção da banda entre os anos de 1977 e 1984.
O luxuoso box, que terá o formato da Snaggletooth (caveira símbolo da banda), celebra os 35 anos de carreira do trio liderado pelo lendário baixista e vocalista Lemmy Kilmister.
Entre os destaques da caixa comemorativa estão os oito primeiros álbuns de estúdio da banda  ("Motorhead", "Overkill", "Bomber", "Ace of spades", "No sleep 'till hammersmith", "Iron fist", "Another perfect day", e "No remorse"), os singles lançados nos primeiros anos ("Beer drinkers and hell raisers", "Louie Louie", "Golden Years EP", "St. Valentine's Day massacre", "Killed by death", "Stand by your man" e "Shine") e uma espécie de guia ilustrado sobre o Motörhead, além de programas de turnês antigas.
Formado por Mikkey Dee (bateria) e Phil Campbell (guitarra), além de Lemmy, o Motörhead esteve no Brasil este ano, onde se apresentou em São Paulo e no Rock in Rio.

LOUD REED E METALLICA SE UNEM PARA DESPERTAR FÚRIA ADORMECIDA


Por: Pedro Alexandre Sanches

Começo este texto com uma frase burra: eu não gosto de heavy metal. Por não gostar, jamais me imaginei escrevendo sobre um disco ou uma banda pertencente a essa vertente do rock. Jamais me imaginei tecendo considerações sobre o heavy metal, mas eis-me aqui, debruçado sobre um disco do Metallica.

Tento explicar por que acho burra a primeira frase que escrevi: me parece burro não gostar de algo em bloco. Soa mais ou menos como "não gosto da cor azul", ou "não gosto de gatos", ou "não gosto de jazz". Como diz um companheiro que escreve sobre música realmente popular brasileira, existe tecnobrega bom e tecnobrega ruim, sertanejo bom e sertanejo ruim, axé bom e axé ruim. Concordo, e suponho que aconteça o mesmo com o heavy metal. Meus ouvidos é que não são treinados para distinguir.
Kirk Hammett, à esquerda de James Hetfield, adiantou aos fãs mais tradicionais que novo trabalho não seria um album 100%Metallica

Mas se não sei avaliar, raios, por que estou aqui tentando escrever sobre o Metallica?! Porque, diachos, o Metallica resolveu compor, tocar, cantar e gravar um disco em parceria com um de meus ídolos, Lou Reed. "Lulu" é o nome do disco, metaleiro a valer.

Imagino que, provavelmente, quem gosta de Metallica também não deva ir muito com a cara de Lou Reed, o líder da banda cult sessentista Velvet Underground, o discípulo do papa da pop art Andy Warhol, o autor do clássico álbum de 1972 Transformer (sobre traficantes, prostitutas, prostitutos e travestis), o artífice do art rock cantado-falado, palavroso, verborrágico, labiríntico. 

São dois mundos contíguos (tudo aqui é rock), mas que dificilmente convergiram historicamente para um mesmo ponto. "Lulu" é esse ponto de convergência, para a perplexidade de muitos (eu incluído) em ambos os lados do front.

Lulu merece despertar mais polêmica e discussão do que a surpresa de uma parceria tão inesperada 

O disco desafia mais tabus além desse de juntar art rock e heavy metal num mesmo pandemônio. Lulu é uma personagem jovem, feminina, que Lou Reed canta em primeira pessoa. Assim, ele, que sempre fez da ambiguidade sexual um de seus nichos, conduz uma banda de machões abrutalhados a penetrar num universo que afirma coisas como "eu sou apenas uma garota do interior" (em "Brandenburg Gate"), "eu tenho o amor de muitos homens/ mas não amo nenhum deles" (em "Cheat on Me", única melodia minimamente delicada do CD duplo), ou "eu vou chupar seu cortador mais afiado/ como se fosse o pau de um homem de cor" (em "Pumping Blood", assim mesmo, acoplando a arriscada expressão em desuso "colored man").

Descontado o eu-lírico feminino, trata-se de um imaginário bem próximo às texturas soturnas do rock pauleira, de imaginário francamente sadomasoquista, em referências a couro, sangue coagulado, suicídio, "fist fucking" etc. A tipologia S&M alinha os metaleiros do Metallica ao Lou Reed de Berlin (1973), um álbum todo costurado em suicídios, assassinatos, roubos de crianças, súplicas e humilhações. Mas, se em Berlin Lou Reed oscilava entre o sádico e o masoqusita, aqui, na figura de Lulu, ele até diz "eu sou o agressor", mas via de regra assume mais a perspectiva do violado que a do violador. Não tenho certeza, mas acredito que não seja um hábito frequente às primeiras pessoas do heavy metal.

Originalmente, Reed compôs músicas de Lulu para uma peça de teatro

"Eu queria que você me amarrasse e me batesse", "imploro que você me humilhe", "sou sua garotinha/ por favor, cuspa na minha boca" e "você é meu Golias", diz Lulu em "Mistress Dread". "Você é mais homem que eu/ para morrer e não ter sentimentos/ para estar seco e sem esperma como uma garota/ eu quero tanto machucar você/ case comigo/ quero você como minha esposa", tece enigmas em "Frustration". "Os pelos em suas costas/ o cheiro de suas axilas/ o sabor de sua vulva e tudo dentro dela/ nós todos realmente amamos você", um eu-lírico na primeira pessoa do plural aumenta a confusão em "Dragon", talvez saindo pela primeira vez da persona de Lulu. 

"Prenda-me/ seja meu senhor e salvador/ prenda-me pelos cabelos", Lulu volta ao papel masoquista na última canção, "Junior Dad", antes de expelir as perturbadoras palavras finais do disco: "A maior decepção/ a idade fez ele definhar até um papai júnior". 

"Eu quero ver o seu suicídio", "eu quero você no chão/ sua alma sacudindo num caixão", diz Lulu em "The View". O heavy metal diria isso, não diria? Lou Reed diria isso, não diria? Uma mulher estuprada por um roqueiro bêbado diria isso, não diria? Uma transformer violentada por um machão enlouquecido diria isso, não diria?

Pois Lulu condensa em si todos esses personagens e todas essas circunstâncias. Produz-se aí um encontro possivelmente inédito. Lulu, a primeira pessoa da trombada Reed-Metallica, é um terceiro ente, um pouco Metallica, um pouco Velvet Underground; um pouco heavy metal subserviente à indústria fonográfica precisando de legitimidade; um pouco art rock sem público precisando de lucro e apelo comercial.

Este é, afinal, o conteúdo central de "Lulu". Um esteta de 69 anos, de voz envelhecida, encontra uma banda de rock conservadora hipermasculinizada que já se colocou até a favor das gravadoras decadentes na repressão contra seus próprios fãs moleques pirateiros. Vários mundos que nunca se encontravam se veem de repente na necessidade de dialogar, que seja pelos 15 minutos de fama de que falava Warhol. Entretenimento & arte. Sutileza & selvageria. Truculência & poesia. Feminino & masculino. Machismo & feminismo. Heterossexual, homossexual, bissexual etc. Homofobia, misoginia, racismo. Opressores & oprimidos, misturados & confundidos nos mesmos personagens.


 "Lulu" é um disco escroto, violento, cruel, uma carnificina. Mas é protagonizado mais pelos condenados à forca que por seus carrascos. Em mais de um momento, Lulu nos perturba vociferando que o agredido é o agressor, e que esse espelho precisa ser vasculhado (inclusive em relação aos Estados Unidos, terra natal dos artistas que a conceberam). 

No mais, não tem a menor importância o fato de eu gostar ou não de heavy metal. Não é o meu gosto (nem o seu) que está em jogo.

METAL OPEN AIR: PRIMEIRAS ATRAÇÕES CONFIRMADAS


A Negri Concerts, em parceria com a CKConcerts e Lamparina Produções anuncia as primeiras bandas confirmadas para o METAL OPEN AIR: trata-se do Blind Guardian, a maior banda de power metal do mundo e o Grave Digger, uma das bandas de heavy metal alemão mais tradicionais do cenário. Já as três primeiras atrações brasileiras confirmadas são as bandas Drowned (MG), Attomica(SP) e Terra Prima (PE).
Esse é só o início do anúncio das atrações! Os headliners e outras bandas nacionais e internacionais participantes do METAL OPEN AIR serão anunciados em breve.

O METAL OPEN AIR acontecerá em duas cidades da América Latina, sendo que a primeira confirmada é São Luís, no Maranhão. Durante os dias 20, 21 e 22 de abril, fãs de todo o país poderão conferir vinte das bandas mais importantes do heavy metal mundial e vinte das mais talentosas bandas do heavy metal brasileiro no Parque Independência. Os ingressos começam a ser vendidos a partir do dia 5 de dezembro, através do site da Ticket Brasil.

Os ingressos serão vendidos em forma de passaporte, válido para qualquer um dos dias, dois dias ou todos os dias do festival. O preço é único. O mesmo vale para a área de camping. Pacotes turísticos com ingressos, passagens e hospedagem serão anunciados em breve.

Todas as informações sobre bandas, valor dos ingressos, camping e merchandising oficial do METAL OPEN AIR estará disponível no início de dezembro no site www.metalopenair.com. Sugerimos aos fãs que desejam acompanhar todas as novidades sobre o METAL OPEN AIR em primeira mão, que busquem acessar sempre as fontes oficiais dos promotores do evento.

Realização: Negri Concerts / CKConcerts
Promotor Local: Lamparina Produções

SERVIÇO – METAL OPEN AIR
Data: 20, 21 e 22 de abril
Abertura dos Portões: 09h
Início dos Shows: 13h
Local: Parque Independência
Endereço: Bairro São Cristóvão – CEP: 65055-420 - São Luís – Maranhão
Informações: www.metalopenair.com
Classificação Etária: 14 anos

INGRESSOS ANTECIPADOS
Passaporte Pista 1º Lote - R$ 350
Passaporte Camarote + Meet & Greet Area - R$ 850
Passaporte Camping: R$ 100 por pessoa

ATENÇÃO ESTUDANTES: Antes de adquirir o seu ingresso, confira como funciona a política de meia-entrada do estado do Maranhão.

PONTOS DE VENDA:
http://www.metalopenair.com
http://www.ticketbrasil.com.br

BLIND GUARDIAN - O Blind Guardian é uma banda de power metal formada na década de 1980 em Krefeld, na Alemanha. Eles buscam inspiração para suas músicas na cultura medieval, nas mitologias nórdica e grega e nas obras de J. R. R. Tolkien. Recentemente, em 30 de Julho de 2010, a banda lançou oficialmente seu novo álbum, “At the Edge of Time”, que será divulgado no Brasil com a turnê. Recentemente, entraram com a música “Sacred Words” no game Sacred II: Fallen Angel.

GRAVE DIGGER - Os alemães do Grave Digger iniciaram sua carreira no início da década de 80, quando o álbum de estréia “Heavy Metal Breakdown” atingiu as surpreendentes 40 mil cópias vendidas somente na Europa. A sonoridade de Grave Digger se caracteriza por um vocal grave e rasgado, riffs de guitarra pesados e passagens melódicas, principalmente nos refrões. Uma das principais bandas da Alemanha, foi líder do movimento FWOGHM (First Wave of German Heavy Metal), ao lado de Running Wild e Helloween. Um grande diferencial da banda é o mascote do grupo (presente nas capas dos álbuns desde 1994), com uma capa e capuz negros e máscara, lembrando a figura da Morte.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

BANDA RUIM NÃO TEM VEZ: O FUTURO DA INDÚSTRIA MUSICAL


Eu disse BANDA ruim não tem vez! B-A-N-D-A!!

1. Vendas de gravações fonográficas não vão gerar renda significante

Os ouvintes de música estão dizendo em alto e bom tom que acesso e conveniência são mais importantes do que objetos físicos e qualidade de som. Um passo já foi dado com a mudança do CD para propriedade de arquivos digitais, e o próximo passo está chegando quando a propriedade de arquivos digitais mudar para o streaming de tudo a partir de sistemas de ‘nuvem’ (seja via Spotify, MOG, um serviço fornecido pela Apple ou pelo Google, ou algo do tipo). As gravadoras estão putas da vida porque você não pode marcar um arquivo ou um stream como você poderia a um objeto físico, então as margens de lucro são menores; é uma merda, mas os fãs se pronunciaram e é assim que eles querem música, e é assim que rola. A renda vai ter que vir de outras fontes.

2. Tocar Metal vai ser coisa de jovens

Ainda mais do que é agora. Sem renda significativa de produtos gravados, as bandas vão ter que ficar na estrada mais tempo para terem exposição, e com mais bandas na estrada o tempo todo, as bandas vão começar a tomar a renda uma das outras. Os fãs terão uma quantia limitada de dinheiro para pagar por shows e merchandise. Mais tempo na estrada implica em menos confortos materiais na vida e menos tempo com parentes e entes queridos; isso é muito divertido quando você tem 20 anos de idade, mas cansa à medida que você se aproxima dos 30. Espere que mais bandas se separem mais cedo e que troquem de membros mais frequentemente do que jamais foi visto antes. Isso já está acontecendo.

3. Seu disco será uma ferramenta para promover sua turnê

Essa é uma guinada de 180 graus em relação à maneira que era, quando você ia para a estrada para arrecadar vendas pro seu álbum. Hoje em dia música nova é uma desculpa para gerar interesse suficiente por parte do público para permitir que você volte à estrada onde o grosso do dinheiro está: vendas de ingressos e claro, merchandise.

4. Todo mundo vai ganhar menos dinheiro

Desde os membros das bandas até as gravadoras, empresários, promotores de shows, revistas, web sites, assistentes, etc. O resultado de menos dinheiro na cena é que aqueles que ainda trabalham na indústria são aqueles que realmente amam a música e não estão nessa por causa de vadias e farinha; o resultado disso será um produto melhor para todos.

5. Se você quiser ganhar muito dinheiro, funde uma empresa de merchandise

O único setor da indústria que parece à prova de queda é o merchandise; as empresas de merchandise deviam estar imprimindo cédulas de dinheiro nas camisetas hoje em dia e eu não vejo isso mudando tão cedo a menos que o mercado de merchandise seja inundado com novas marcas, diluindo a garapa. Isso provavelmente vai acontecer um dia, mas no momento, o negócio de merchandise é muito bom.

6. Empresários serão Reis

Empresários já existentes podem se destacar, novos aparecerem, ou gravadoras mudarem seu estilo de negócio e se mutarem em algo parecido com grupos de promoção ou empresariamento, isso ainda veremos… mas no futuro próximo, tudo vai girar em torno do quão bom é seu empresário. O Diabo quer levar sua alma, e você precisa de alguém que ‘manje do assunto’ e faça a coisa certa toda vez. Alguém que esteja em sintonia com a cena moderna do Metal, alguém que fique a par de tendências em ascensão na internet e novas tecnologias, alguém que entenda de vendas de merchandise na estrada e coordene distribuição via correio, alguém que bote os pingos nos ‘I’ em todo e qualquer contrato que chegue até você. Alguém em quem você confie.

7. Corretores de shows serão os Príncipes

O empresário pode tomar as decisões finais, mas o corretor de shows tem o conhecimento de cada mercado local e as relações para fazer com que as boas turnês aconteçam. Com o aumento no tráfego de turnês, as boas turnês ficarão mais importantes do que nunca. As gravadoras terão agentes internos para tomar conta das bandas menores enquanto as grandes bandas ficarão com os cachorros grandes do The Agency Group, Paradigm, etc. ou as gravadoras terão agências independentes. Homens de negócios astutos como Ash e EJ já estão fazendo isso… eles viram o futuro.

8. Membros de bandas vão precisar se envolver mais com os negócios da banda

Acabaram-se os dias em que você podia simplesmente deixar seus encarregados fazerem o trabalho. Isso já acontece, mesmo com as bandas que têm bons empresários; converse com gente como Misha Mansoor em um show e você aprenderá que eles estão a par de todo e qualquer aspecto dos negócios da banda.

9. Sua banda tem que ser DO CARALHO

Ser simplesmente medíocre ou muito boa não vai te levar a lugar algum. A internet e a tecnologia cada vez mais barata nivelaram o campo e resultaram em um mercado abarrotado de bandas medíocres e boas [essas bandas existiam no passado, mas não conseguiam divulgação mundo afora]. O que torna sua banda diferente? O que lhe faz melhor do que todas as outras bandas que estão fazendo algo similar? Gravadoras e empresários vão continuar a fazer suas apostas ao contratarem uma vasta gama de artistas incluindo alguns que estão na crista da onda, mas só haverá retorno verdadeiro ao arriscarem-se em algo único. Foram-se os dias quando você contratava uma banda somente porque o estilo que ela toca está na moda e você as enfiava na mídia.

10. Somente as bandas maiores poderão fazer turnês internacionais

Levar uma banda para outro país é caro; com vôos e vistos você já gastou mais de 10 mil reais, e daí você tem que correr atrás de aluguel de equipamento, uma van, acomodações, e possivelmente um agente de turnê, alguém pro merchandise e equipe técnica. Já que discos são agora uma ferramenta para promover turnês e não o contrário, as gravadoras não têm mais incentivo financeiro para fornecer ‘logística de turnê’- empréstimos compulsórios que as gravadoras dão ás bandas para que saiam excursionando – o que quer dizer que se sua banda vai viajar para o exterior, vocês tem que estar fazendo um bom dinheiro para que dê certo. O número de bandas de porte médio e pequeno excursionando for a de seus países/regiões irá encolher. Isso não é necessariamente algo ruim, já que menos aparições no mercado colocarão os shows da banda em maior demanda, fazendo com o que o valor de seu show suba.

Fonte: site Metal Sucks

METAL OPEN AIR: O QUE PODEMOS ESPERAR DO FESTIVAL?



Agora não tem mais volta. A contagem regressiva começou. Faltam “X” dias para o Metal Open Air 2012. “Chova ou faça sol”. Mas fica a dúvida: as expectativas dos fãs serão, na medida do possível, atendidas?

Quais bandas constituirão o cast do festival? Em quais dias e horários estas bandas se apresentarão? Aliás, a composição do cast atenderá o gosto do público? Das bandas que virão para tocar, que tipo de show será apresentado? Teremos a garantia, por exemplo, que se o Manowar  for uma das atrações principais, fará um show especial tocando apenas os clássicos da década de oitenta, ou corremos o risco do Odin aparecer em sonho para o Joey DeMaio e aconselhá-lo a fazer uma superapresentação tocando na íntegra o álbum “Gods Of War”? A estrutura do festival (palcos, praça de alimentação, camping, banheiros etc) será pensada de forma a oferecer um certo conforto e comodidade ao público que irá prestigiá-lo? Peguemos como exemplo o Rock In Rio. Eu não consegui encontrar uma única pessoa que fale bem da estrutura do festival. É isso que os promotores querem para o Metal Open Air ou trabalharão de forma a torná-lo parte do calendário anual de festivais no Brasil? Apesar de ainda faltar seis meses para sua realização, os promotores, se ainda não estiverem pensando a respeito, já devem procurar responder a essas questões.

Os jornais Folha e Estado de São Paulo fizeram um balanço dos festivais Rock In Rio e S.W.U., apontando os acertos e chamando a atenção para os pontos deficitários. Estas matérias devem ser lidas e relidas pelos promotores do Metal Open Air para que se aproveite o que funcionou e seja descartado – ou melhorado – o que deu errado. Aproveitem o site do festival e coloquem um formulário para os fãs votarem nas dez bandas que gostariam de ver, e também nas cinco que não gostariam. Não que estas bandas precisam ser necessariamente contratadas, mas apenas para se ter uma ideia do gosto do público. Não vai adiantar nada ter treze bandas por dia, se em cada um destes dias haver três delas que a maioria do público esteja disposta a assistir e dez que ninguém quer ver. Depois, se não der uma média de 40 mil pessoas em cada dia, não adianta virem reclamar que o heavy metal morreu no Brasil, que os fãs não prestigiaram, que perderam a oportunidade de terem um festival anual em nosso país, enfim, de nos mandarem “chupar pau”.

Outro ponto que deverá ser visto com cuidado é como se chegar ao Metal Open Air. Quem mora nos grandes centros e quiser ver um único dia do festival é relativamente fácil, basta pegar um avião de sua cidade até São Luis (haverá ônibus que sairão diretamente do aeroporto da cidade para o festival e vice-versa?). E quem mora distante dos grandes centros, será que os aeroportos destas regiões disponibilizarão voos para Maranhão? E os hotéis e pensões de São Luis, estarão preparados para receber o público? Lembrando, também, que para quem mora em outros Estados, mesmo para participar de um único dia do festival, terá que dispor de uma quantia razoável de dinheiro, para ingresso, passagem de ônibus/avião, estadia, alimentação e, claro, pelo menos uma camiseta do evento.

Em um primeiro momento, muitas destas questões podem parecer tolas, no entanto, no final das contas, farão diferença para o sucesso ou fracasso do festival. E é lógico que nós, os headbangers brasileiros, independente de irmos ou não ao Metal Open Air, estaremos torcendo por seu sucesso, que será alcançado se os promotores fizerem direito sua parte. Por isso, quanto antes tudo estiver definido, mais provável será a participação de um grande número de pessoas, que precisam desde já começar a se programar para ir em massa ao festival.